Sigo aqui em Cartagena, mas estou muito ansioso para seguir viagem para o Panamá, já estou aqui há 15 dias e, além da cidade antiga muralhada, não tem muito o que fazer. Eu teria partido muito antes para a América Central, entretanto, não existe estrada ligando a Colômbia ao Panamá. A fronteira desses dois países é uma área chamada “Darien Gap”, que em português traduz como o BURACO Darien. Essa região é, no lado colômbiano um pântano, no lado Panamenho, uma selva montanhosa e, para completar, é o lar de guerrilheiros FARC, paramilitares, traficantes e povos indígenas não muito amistosos. De acordo com as más linguas é o lugar mais perigoso do ocidente e, se nem o governo se aventura por lá,eu tembém não me aventurarei.
Passei mais de uma semana tentando encontrar uma maneira de enviar o carro para a Cidade do Panama, encontrei, mas é caríssimo e consiste em colocar o carro num container e torcer para que passe pela alfândega. Um australiano que conheci, que tem uma moto, está construindo um barco e vai usar o motor da moto para impulsioná-lo pelas águas traiçoeiras do Darien. Para mim isso é suicídio.
Rodrigo (na foto, com o Paliomino), é um português, amigo meu desde Máncora, que está até agora na mesma rota que eu. Ao conversar comigo aqui em Cartagena e me ver desiludido com os prospectos para o carrinho (que eram vender o carro para um desmanche ou deixá-lo por aí, os custos são mais baixos do que qualquer outra opção), Rodrigo teve uma brilhante idéia, e se ofereceu para dirigir o carro de volta para o Brasil! Todo mundo sai ganhando eu continuo com o meu querido carro (quando eu voltar ao Brasil) e Rodrigo faz uma viagem extraordinária e louca, mas como a camiseta da CAVALERA sugere nessa foto ele está sendo o super-homem.
Sem o carro, agora sigo ao Panamá de veleiro, 7 dias no mar. Até semana que vem!!
Pedro Palomino
