Logo ao entrar em El Salvador, esse país menor que o estado de São
Paulo, vimos a entrada pra um lago numa cratera de um vulcão (El
Salvador é todo surpreendentemente montanhoso). A água na maior parte
do lago estava geladíssima pela altitude, mas em algumas partes perto
da costa estava quente e com um cheiro de enxofre! Depois de uma
nadadinha guerreira entre o quente e o muuito frio, o enxofre fez
efeito, a parte ruim foi que fiquei levemente defumado a ovo, mas a
parte boa é que esse mineral faz muito bem pra pele em pequenas
quantidades e a minha ficou tipo cetim.

Procurando alguma cidadezinha pra passar a noite, “Alegria” pareceu um
nome sugestivo, além de ser a cidade de maior altitude de El Salvador,
e altitude igual a frio, nada melhor do que um friozinho pra dormir.
Curiosamente tem uma “Berlin” logo ao lado de “Alegria”. A foto está
meio borrada, mas dá pra ver!

Toda a cidade de Alegria é coberta de arte urbana, tudo um pouco
ingênuo, mas autêntico e especial.

PAN NUESTRO, ou Pão Nosso é o melhor nome pra padaria! haha. Veio até
com a arte urbana típica de Alegria. O pa de pan ficou faltando porque
a camera está péssima, não que o fotógrafo seja dos melhores,  mas
depois de tanto sofrimento (em areia, chuva, gelo) vou ter que
adquirir uma camera nova!

Já fora de Alegria, passando por San Salvador, capital de El Salvador,
vimos a ironia do contraste da placa para a Rota das Flores (que é pra
ser um exemplo de beleza natural) com os postes e fios elétricos
urbanos. Ficamos um pouco céticos sobre essa tal rota, estando tão
perto da uma metrópole, mas…

… como o nome indica, realmente havia Flores por todos os lados!

A rota das Flores nos leva para a zona cafeeira de El Salvador, que
produz um dos melhores cafés do mundo.

Dentro dos cafezais, nos deparamos com a primeira escultura maia do
TOUR CAVALERA. A primeira de muitas, esperamos! Daqui seguimos pra
Guatemala, coração do mundo maia!

Pedro Palomino

Querem saber mais sobre o desfile da Cavalera no SPFW? Veja a matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo esse domingo!

Sem o Paliomino estava complicado levar o monte de tralha de kitesurf
que eu carrego, dirigir também estava me fazendo muita falta, é um
prazer enorme ter a liberdade e o conforto de ir e vir na hora de
explorar um país desconhecido. Por esses motivos estava bem inclinado
a encontrar um carro baratinho pra suprir essa lacuna.

Foi assim que me deparei com uma Kombi usada baratinha de 72, catorze
anos mais velha que eu e com placa nicaraguense. Estou viajando com
uma inglesa chamada Lucy e a gente dividiu na hora de pagar e
construimos um quarto atrás, pra viajar sem ter que pagar albergue,
assim economizando pencas!! Olha essa foto bucólica da kombi na
floresta hahaha!

Aqui nessa foto, com a minha camiseta favorita da CAVALERA, umas das
que sobrevieram aos ladrões, dirijo pelas ruas de León na super
kombosa em busca da saída norte pra Honduras!

Na estrada pra Honduras, nos deparamos com personagens clássicos como
o ônibus escolar ainda não aposentado, …

… o vulcão soltando fumacinha, que é um dos gigantes que sobreolha León, …

.. mas a melhor presença foi mesmo o motoqueiro transportando algodão doce:

Entrar em Honduras foi uma chatisse. O Brasil não está muito bem visto
por esses lados depois que resolveu refugiar o presidente deposto,
Manuel Zelaya, na nossa embaixada na capital, Tegucigalpa. Assim,
qualquer brasileiro que queira passar por lá precisa de visto, que eu
não tenho.

No que a nossa diplomacia estava pensando ao se meter e dar esse
“exílio interno” bizarro pra esse sujeito? Olha a cara de corrupto
dele. Se o próprio povo não quer ele no poder por qual motivo o Brasil
há de querer?

Por sorte tenho também um passaporte da União Européia, e depois de
insistir muito, entrei em Honduras…

… que é um país surpreendentemente bonito, pelo pouco que eu vi, e
tem um povo muito simpático, como esses cowboys na foto.

Aqui eles fazem esse plátano fritinho que é uma delícia. O plátano é
uma banana que não é doce, mais parecida com batata em termos de
sabor.

Honduras acabou de passar por uma revolução com a queda desse
presidente, apesar das eleições e de tudo já estar se normalizando,
não é o melhor lugar do mundo pra turismo, por isso só vamos passar
por um pedacinho do território nacional e vamos pra El Salvador. Nos
vemos lá!

Pedro Palomino