O futuro não é mais agora. O que imaginávamos para os anos 2000, 2010, os avanços tecnológicos e as sociedades modernas, o que tentavam antecipar os filmes e desenhos dos anos 60, bem como a moda vanguardista, tudo e todos que ansiavam por algo então realmente novo… Não aconteceu.
E nesse processo, nessas tentativas e erros da evolução, produzimos, criamos, inventamos soluções aparentes para algo que ainda não surgiu, e descartamos e nos desfazemos quando surge algo novo, e assim adiante, tudo de novo.
É nesse conceito do que se torna obsoleto, no que se perde o uso, que aparece a arte do britânico Nick Gentry. Conhecido mundialmente por pinturas em disquetes, em que utilizou essa mídia como plataforma para retratos multicoloridos, agora, ele busca uma nova maneira de representar essa sua expressão quase arqueológica e reciclável da arte: com negativos de filmes.
O trabalho intitulado “Sonhos Sintéticos” se utiliza deste novo elemento para criar novas narrativas sobre o consumo, sobre as novas tecnologias e cibercultura.
SYNTHETIC DAYDREAMS / Nick Gentry from Nick Gentry on Vimeo.
Mas como ele consegue encontrar esses retrógrados materiais em grande quantidade? Essa, sem dúvida, é das partes mais bacanas do projeto de Gentry. Boa parte de tudo que é utilizado em suas obras, tanto nesta de 2011 com os disquetes como esta mais atual com os negativos de filmes, provêm de doações. Segundo ele, o espectador é uma das partes importantes deste processo e participa dessa forma ativamente da criação artística.
Quem quiser contribuir com a arte de Nick Gentry é só enviar seus negativos de filmes para “Nick Gentry, Unit 3, Gaunson House, Markfield Road, London N15 4QQ”. Para conhecer este e outros trabalhos, acesse o site oficial do artista em www.nickgentry.com