31/03/2011

Hoje é o último dia da exposição “Próximo Olhar”, na CAP.

Para fechar, entrevistamos um dos artistas que faz parte da mostra, Mauricio Adinolfi. Confira!

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Apesar de desde jovem você já apresentar uma inclinação para artes, você resolveu estudar filosofia. Porque?

Instinto!!  Poesia e  pulsão  me levaram para a filosofia. A reflexão sobre o mundo, sobre “ser” sempre acompanharam as descobertas que fazia das coisas; e as experiências no litoral santista, a Serra do Mar, o vento, a água, o porto, tudo foi se tornando parte do ser.  Essa filosofia primeira, não teórica, do sentido de estar no mundo fundou meu interesse.  Filosofia também sempre foi minha leitura predileta, portanto… continuei.

Como você acha que este curso influenciou no seu trabalho?

Falando estritamente do curso acadêmico: Primeiro negativamente, pois foi um embate entre a sistematização que a Filosofia propõe ao pensamento, versus meu pensamento anárquico e poético do mundo, pensamento este que – comigo – sempre foi primitivo e selvagem , e muito ligado ao corpo.

Posteriormente isto se tornou positivo, afirmativo. Pois, descobrir outros filósofos, principalmente a fenomenologia,  me permitiu contrapor sistemas filosóficos; já que inicialmente meu aprendizado foi muito cartesiano e kantiano. E também por começar a reconhecer o valor de uma estrutura de pensamento e a presença do racionalismo.

Falando propriamente do trabalho plástico (em pintura), esta questão estrutural do ser se tornou uma  preocupação do trabalho; que ele exista com uma forte estrutura interna e externa. Como uma coisa só! Nas questões de fatura, densidade, consistência, composição, motivo, enfim, nos elementos próprios da pintura, tudo se estrutura e organiza com base na correlação com minha pesquisa e estudo da pulsão, instinto, animalidade, e na relação homem / natureza.

Você chegou a trabalhar dando aulas de desenho e pintura na FEBEM. Como foi esta experiência?

Forte. Uma relação complexa pois envolvia liberdade e prisão em todos os sentidos.

A possibilidade de levar informação, discutir, e se comunicar pela arte era muito proveitosa e permitia que um instante de reflexão, fraternidade e debate se instaurasse dentro do encarceramento.  Onde estava presente a violência, a ignorância, a dureza institucional, a ingenuidade e a crueldade.

Junte tudo isso com adolescência, muitas dúvidas e curiosidades, fome, inteligência, malandragem, sujeira, emoção, apreensão, funcionários públicos, mães, morte, libertação, e teríamos uma conversa de horas. Fui também professor de Filosofia e Conhecimento geral dentro da FEBEM, portanto, abordávamos vários assuntos!

Você sempre trabalha muito a relação entre arte e sociedade. Qual você acha que é o papel da arte nas cidades?

A cidade, como órgão vivo, pede essa relação. Acredito que ela seja necessária e natural. Gosto desse dialogo com outras áreas; com a arquitetura, a engenharia, o urbanismo…  E, pensando que quase sempre as cidades crescem sem planejamento aqui no Brasil, a todo instante estamos sendo desafiados a viver e agir em cima dessa situação.

Você tem intenção de levar o projeto “Cores no Dique” a outras cidades?

Já levei (como para o Pará, Pernambuco, etc.) e continuo com outros projetos, porém cada lugar tem suas particularidades e o projeto toma outras direções. Tudo é sempre fruto de diálogos, da construção de relações, da investigação das dificuldades e da vontade de alargar possibilidades. O Cores no Dique em Santos continua, e devemos começar um outro trabalho em Vicente de Carvalho.

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Saiba mais sobre o artista em seu blog.

Cap – Cavalera Art Projects
10 de fevereiro a 31 de março de 2011
Alameda Lorena, 1922 (São Paulo)
Informações: (11) 3061-2356

Fiquem atentos que em breve divulgaremos a próxima exposição da CAP!

18/03/2011

BALADA

Nesta sexta-feira, o Clube Glória faz uma festa especial em homenagem à Britney Spears! O traje obrigatório é imitar a popstar! Se você está em São Paulo e é fã da cantora, vale a pena conferir!

flyer

Clube Glória
Rua 13 de maio, 830 – Bela Vista – São Paulo
A partir das 23h – R$ 35,00 (porta), R$ 25,00 (lista no site) ou R$20 (flyer)
www.clubegloria.com.br

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SHOWS

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Ziggy Marley – O filho de Bob Marley volta ao Brasil após cerca de cinco anos. Depois do show do dia 12 em Salvador, ele toca no Rio neste dia 18 de março, na Fundição Progresso.
Rua dos Arcos, 24 – Rio de Janeiro
Informações: (21) 2220-5070

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Junto com o cantor, a colombiana Shakira se apresenta no sábado em São Paulo. Ela é a atração principal do Pop Music Festival, que traz também a banda Train e o DJ Fatboy Slim.

Estádio do Morumbi
Dia: 19 de março de 2011
Horário do show: a partir de 17 horas

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Isabella Taviani - Cantora destaque da MPB contemporânea se apresenta no Teatro Rival Petrobras nos dias 17, 18 e 19 de março.
Informações: www.rivalpetrobras.com.br
Rua Álvaro Alvim, 33/37 – Rio de Janeiro.

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TEATRO

Os Cafajestes – A comédia musical traz os machistas Onório, Estevão, Alencar e Alfredinho, que cantam e dançam, tratando sempre da complicada relação entre homens e mulheres.
Teatro Módulo – Avenida  Professor Magalhães Neto 1177 – Pituba – Salvador (BA)
Sextas e sábados,ás 21h00 e domingos (às 20h)
Informações:  (71) 3354-6654

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EXPOSIÇÃO

A exposição Próximo Olhar continua em cartaz na CAP – Cavalera Art Projects

Aproveite e saiba um pouquinho mais sobre alguns dos artistas que estão expondo:

Sidney Amaral
Choque Photos
Monica Rizzolli
Anderson Resende

Cap – Cavalera Art Projects
10 de fevereiro a 31 de março de 2011
Alameda Lorena, 1922 (São Paulo)
Informações: (11) 3061-2356

14/03/2011

O artista Sidney Amaral é mais um dos artistas que fazem parte da exposição atual da CAP Gallery. Formado em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), estudou pintura acadêmica e fotografia e hoje atua também como professor.

Sidney Amaral recria objetos do dia a dia em bronze, mármore, resina e porcelana. Confira a entrevista:

proximo-olhar_cavalera_11022011_fmelgarejo_028(Sidney Amaral e uma de suas obras na CAP Gallery – Foto por Flavio Melgarejo)

Porque você cursou a faculdade de artes plásticas? O que o motivou?

Na verdade eu queria fazer publicidade, mas fui me enfiando cada vez mais no universo da pintura e acabei me apaixonando. Não saberia fazer outra coisa que não estivesse ligada as artes visuais. Foi acontecendo naturalmente, fui fazer faculdade de artes, frequentar exposições, museus, pesquisar sobre artistas…

Como são feitas as peças em metal? Como são moldadas?

Meu processo consiste em apropriações do real reformuladas em bronze, geralmente polido de modo a evocar relações com questões como valor, religiosidade e permanência.

O processo de fundição destas peças parte de um molde feito em silicone e depois feito em cera perdida (é feita uma peça igual a real, só que em cera); Em seguida, é realizado um processo de queima desta cera coberta com uma capa de luto, que é feita de areia do mar e gesso. Quando ela é queimada, resta o vazio da forma, de modo que quando o metal está bem aquecido, é jogado dentro desta forma, produzindo assim a peça em bronze.

Às vezes eu modelo algumas de minha peças em argila ou gesso, como no caso da tesoura orelha (“Se minhas palavras não forem melhores que o silêncio”)

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Você trabalha com desenho, pintura e metal. Tem algum estilo preferido?

Acredito que nada seja mais absurdo que o real, de modo que prefiro transitar entre vários estilos. Depende muito do meu entender o mundo naquele momento para definir um trabalho ou um estilo, mas admiro muitos artistas desde a antiguidade até hoje. Mas poderia citar os artistas do novo realismo que mais me marcaram, em especial Yves Klein.

Você costuma ouvir música quando está criando? Quais são seu CDs preferidos?

Nekka, Nina Simone, Arnaldo Antunes , Bjork, Milles Davis…

Você procura refletir seu estilo artí­stico na hora de se vestir? Tem alguma preocupação com moda?

Na verdade gosto de me distanciar do meu trabalho para uma reflexão mais apurada do que faço. Sendo assim, se me vestisse como produzo, acredito que não teria esse distanciameto da obra.

Quanto à moda, eu sou básico : jeans, t-shirt e tênis ou bota, mas adoro revistas de moda!

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Quais são suas principais referências artí­sticas?

Como citei acima, são vários, mas Yves Klein é um deles; Velazquez , Bispo do Rosario, Farnese, Valtercio Caldas, Emanoel Araujo Iran do Espirito Santo entre tantos.

Admiro artistas que conseguem potencializar o banal com um olhar apurado, acho que é por ai que a arte reside…. em fazer ver a invisibilidade do visí­vel.

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Confira mais sobre o artista em seu Flickr.

As obras de Sidney Amaral ficam em exposição na CAP Gallery (Cavalera Art Projects) até 31 de março.

Cap – Cavalera Art Projects
10 de fevereiro a 31 de março de 2011
Alameda Lorena, 1922 (São Paulo)
Informações: (11) 3061-2356

11/03/2011

Bom, como provavelmente todos ainda devem estar de ressaca do carnaval, selecionamos atividades bem leves pra esse fim de semana. Confiram!

CINEMA

Essa semana os cinemas recebem uma nova safra de filmes.

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Entediado com o seu casamento? Saiba o que aconteceria se sua esposa te desse uma semana de folga em Passe Livre.

Doce Vingança promete uma história aterrorizante, onde uma escritora torturada resolve reunir suas últimas forças para se vingar dos moradores de sua cidade.

No suspense Mistério da Rua 7, a luz do dia começa a desaparecer aos poucos, até deixar toda uma cidade na completa escuridão.,

EXPOSIÇÕES

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One Blood – Lucio Salvatore – SP
A exposição reúne 12 pinturas retratando diferentes personalidades. A diferença é que, ao invés de tinta, o autor usou o sangue doado pelos próprios retratados. Personalidades
como Pier Paolo Piccioli (designer), Giselle Itié (atriz), Lise Grendene (modelo), a stylist Lara Gerin, o cantor Túlio Dek, o empresário Marcus Braga, entre outros, contribuíram doando 2 ml de sangue.
Até 20 de março, das 10h às 19h
MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) – Rua Alemanha, 221. São Paulo.
Entrada gratuita.
Informações: (11) 2594-2601

Quintana em imagens – PR
Mostra em homenagem ao poeta gaúcho Mario Quintana. A exposição reúne obra de sete fotógrafos: Ana Chiossi, Lili Brito, Duke Wellinton, Guilherme Zawa, Julien Méliès, Mari Canet e Ricardo Marques de Medeiros.
Até o dia 26 de março – Entrada gratuita
Av. do Batel, 1440, Batel, Curitiba.
Segunda a sábado: 11h30 às 18h
Domingo: 12h às 16h

PASSEIO

Mercadão de Madureira – RJ
Que tal uma volta no tradicional mercadão do Rio? O lugar já tem 50 anos de história e é considerado o maior shopping popular da cidade. É muito frequentado por pessoas ligadas à área de moda, gastronomia e artes.
Av. Ministro Edgar Romero – 239, MadureiraRio de JaneiroRJ
www.mercadaodemadureira.com.br
(21) 3355-9044
Seg a sáb, das 6h às 19h; dom e feriados, das 7h às 13h