14/03/2011

O artista Sidney Amaral é mais um dos artistas que fazem parte da exposição atual da CAP Gallery. Formado em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), estudou pintura acadêmica e fotografia e hoje atua também como professor.

Sidney Amaral recria objetos do dia a dia em bronze, mármore, resina e porcelana. Confira a entrevista:

proximo-olhar_cavalera_11022011_fmelgarejo_028(Sidney Amaral e uma de suas obras na CAP Gallery – Foto por Flavio Melgarejo)

Porque você cursou a faculdade de artes plásticas? O que o motivou?

Na verdade eu queria fazer publicidade, mas fui me enfiando cada vez mais no universo da pintura e acabei me apaixonando. Não saberia fazer outra coisa que não estivesse ligada as artes visuais. Foi acontecendo naturalmente, fui fazer faculdade de artes, frequentar exposições, museus, pesquisar sobre artistas…

Como são feitas as peças em metal? Como são moldadas?

Meu processo consiste em apropriações do real reformuladas em bronze, geralmente polido de modo a evocar relações com questões como valor, religiosidade e permanência.

O processo de fundição destas peças parte de um molde feito em silicone e depois feito em cera perdida (é feita uma peça igual a real, só que em cera); Em seguida, é realizado um processo de queima desta cera coberta com uma capa de luto, que é feita de areia do mar e gesso. Quando ela é queimada, resta o vazio da forma, de modo que quando o metal está bem aquecido, é jogado dentro desta forma, produzindo assim a peça em bronze.

Às vezes eu modelo algumas de minha peças em argila ou gesso, como no caso da tesoura orelha (“Se minhas palavras não forem melhores que o silêncio”)

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Você trabalha com desenho, pintura e metal. Tem algum estilo preferido?

Acredito que nada seja mais absurdo que o real, de modo que prefiro transitar entre vários estilos. Depende muito do meu entender o mundo naquele momento para definir um trabalho ou um estilo, mas admiro muitos artistas desde a antiguidade até hoje. Mas poderia citar os artistas do novo realismo que mais me marcaram, em especial Yves Klein.

Você costuma ouvir música quando está criando? Quais são seu CDs preferidos?

Nekka, Nina Simone, Arnaldo Antunes , Bjork, Milles Davis…

Você procura refletir seu estilo artí­stico na hora de se vestir? Tem alguma preocupação com moda?

Na verdade gosto de me distanciar do meu trabalho para uma reflexão mais apurada do que faço. Sendo assim, se me vestisse como produzo, acredito que não teria esse distanciameto da obra.

Quanto à moda, eu sou básico : jeans, t-shirt e tênis ou bota, mas adoro revistas de moda!

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Quais são suas principais referências artí­sticas?

Como citei acima, são vários, mas Yves Klein é um deles; Velazquez , Bispo do Rosario, Farnese, Valtercio Caldas, Emanoel Araujo Iran do Espirito Santo entre tantos.

Admiro artistas que conseguem potencializar o banal com um olhar apurado, acho que é por ai que a arte reside…. em fazer ver a invisibilidade do visí­vel.

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Confira mais sobre o artista em seu Flickr.

As obras de Sidney Amaral ficam em exposição na CAP Gallery (Cavalera Art Projects) até 31 de março.

Cap – Cavalera Art Projects
10 de fevereiro a 31 de março de 2011
Alameda Lorena, 1922 (São Paulo)
Informações: (11) 3061-2356

07/03/2011

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Choque Photos - www.flickr.com/choquephotos

O jovem fotógrafo, de apenas 25 anos, já é conhecido na cena artística por retratar temas polêmicos, principalmente o mundo da pixação. O artista, inclusive, participou da última Bienal de Arte de São Paulo, onde expôs um conjunto de fotografias e um vídeo de flagrantes deste mundo desconhecido para a maioria das pessoas.

Confira a entrevista que a equipe da Cavalera fez com o artista.

Você já conhecia pichadores? Já pichou também? Qual é exatamente o seu envolvimento neste universo?

A pixação de São Paulo é a maior intervenção urbana do mundo, e não há precedentes na história da humanidade para o que está ocorrendo nesta cidade.

É uma intervenção urbana de atitude e estética muito singulares, e que surgiu fruto da desigualdade social latente desta cidade. A pixação durante os seus 30 anos de existência foi tratada e estudada somente na esfera policial.

Eu, que já reparava na pixação durante minha adolescência, busquei pesquisas acadêmicas sobre o tema, mas nada encontrei de relevante. Portanto, decidi produzir esta pesquisa iconografica sobre a pixação de São Paulo para suprir esta demanda reprimida que existia. Sempre achei inacreditável que algo desta magnitude em termos de abrangência espacial e contexto socio-politico nunca tivesse sido fruto de algum estudo de peso.

O ensaio dos Pixadores em Ação que expus na 29ª Bienal de Artes de São Paulo é somente uma parte desta pesquisa. Há muito mais a ser mostrado, o produto final será um extenso documentário em livro que em um futuro próximo estará disponí­vel nas principais livrarias.

O seu trabalho sempre traz uma grade carga de crí­tica social. Você acaba sofrendo retaliação devido a estas críticas?

Sofro sim retaliações, algumas verbais, outras físicas e até mesmo jurí­dicas. Mas nada disso estremece meu espírito. Na verdade, só reforça minha vontade de seguir em frente, pois cada retaliação que sofro é um indicador claro de que meu trabalho é eficaz no que se propõe a fazer.

O que me perturba é o silêncio… e este, eu trabalho focado para nunca escutar.

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Acorda o Sonho Acabou – Choque Photos

Na CAP, você expôs um quadro que mostra um homem morto. Você poderia nos contar a história deste retrato? Como foi a experiência de se deparar com um cena tão chocante?

O homem retratado no quadro foi alvejado e depois carbonizado vivo. Este crime ocorreu durante uma semana em que o PCC carbonizou outros 14 indiví­duos, muito provavelmente por acerto de dí­vidas. Fotografei 2 destes 15 para um grande jornal paulistano.

A compreensão do trabalho se dá na relação paradoxal que há entre a terrível cena retratada e a moldura de estilo tradicional burguês, um estilo fruto da arte feudal.

Como a moldura e o vidro estão quebrados e envelhecidos, isto faz com que a fotografia salte ao olhar do expectador, especialmente a parte sem vidro, tornando-a quase palpável e muito mais do que somente um registro de um assassinato. A relação que há entre estes dois elementos – o homem carbonizado e moldura tradicional – nos fala de um modelo de sociedade que já não funciona mais.

É que nós ainda não temos o distanciamento histórico para perceber, mas o neoliberalismo (que para mim é o último degrau do pensamento predatório, aristocrático e capitalista), quebrou com a crise do setor imobiliário nos EUA, a partir do momento que o Governo teve que injetar dinheiro nas instituições privadas para evitar um novo crash. Infelizmente, vivemos em uma era em que a única liberdade respeitada e ferozmente defendida é a liberdade de consumo… O neoliberalismo é a ordem mundial da vez, mas não por muito mais tempo. Felizmente, o homem progressivamente está aprendendo que existem limites. O planeta não é nosso; dividimos espaço com outras formas de vida e termos que respeitar isto.

choque21Da série ENCLAVE: Círculo Vicioso

Como surgiu o seu pseudônimo?

Choque Photos é um pseudonimo escolhido para representar o estilo fotográfico da minha preferência.

Gosto do fotojornalismo, pois é uma fotografia de embate, pode ser utilizado como um instrumento de legí­tima defesa pessoal ou coletiva. Uma única boa foto pode representar um conceito de mil palavras que pode abalar a vida de alguém positivamente. Meu maior prazer e propósito, e acho que também de todos os artistas, é abalar as “verdades” e “certezas” de uma pessoa através da obra, fazendo com que esta pessoa repense seus conceitos. Não é uma tarefa fácil, alterar o modo como a racionalidade de uma pessoa funciona.

Existe uma fala do Malcom X que explica melhor a escolha por este pseudônimo:  “As únicas pessoas que realmente mudaram a história foram as que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos”.

Em outras palavras, as pessoas não mudam certos preconceitos e convicções sem levarem um choque de realidade em suas vidas.

Trabalhando nesta área, qual é a historia mais interessante que você tem pra contar?

Na verdade eu sou bem recente na fotografia, pois estou atuando há somente cinco anos, sendo que quatro deles foram na faculdade de fotografia.

Mas a história mais marcante para mim, sem dúvida alguma, foi o falecimento do pixador “NTICOS Guigo” durante uma filmagem que estávamos fazendo juntos para minha pesquisa fotográfica.

Não há muito o que falar sobre o acontecimento, somente assistir, pois as imagens são infinitamente mais contundentes do que qualquer coisa que eu possa falar.

Este é um audiovisual que fiz em Homenagem ao Guigo, que também expus na 29ª Bienal de Artes de São Paulo, e ele fala principalmente sobre os limites de arte, até onde cada um é capaz de ir para se expressar.

Para mim, atualmente, não há arte mais pulsante e em estado bruto como a Pixação de São Paulo.

Quais são seus próximos projetos?

No momento estou trabalhando em um projeto que tem como objetivo documentar aparições de OVNIS, que tem ocorrido entre a Serra da Cantareira e Zona Norte de São Paulo. Estas duas regiões, especialmente a Serra da Cantareira, são “Hot Spots” para a ufologia.

Quando vi o fenômeno pela 2ª vez em 2006 (o mesmo ano que passei a fotografar), decidi que em algum momento eu deveria documentar sistematicamente este tipo de acontecimento. Então no 2º semestre de 2010, após outro avistamento, decidi iniciar o projeto. Já possuo quatro registros contundentes em ví­deo, nos quais aparecem as estruturas metálicas e discoides, alguns fazendo manobras em 90 graus, algo impossível para nossa aeronáutica.

Mas ainda não sei como vou formatar este material para ser apresentado.

Confira mais sobre o artista em seu Flickr e Tumblr

As obras de Choque Photos ficam em exposiçãoo na CAP Gallery (Cavalera Art Projects) até 31 de março.

Cap – Cavalera Art Projects
10 de fevereiro a 31 de março de 2011
Alameda Lorena, 1922 (São Paulo)
Informações: (11) 3061-2356

28/02/2011

Continuando nossa série de entrevistas com os artistas da Próximo Olhar – exposição atual da CAP (Cavalera Art Projects), hoje é a vez de Monica Rizzolli.

A artista nasceu em São Carlos e teve contato com a arte desde criança. Sobrinha e bisneta de pintores, passava dias brincando com os apetrechos do avô. Na adolescência começou a copiar seus personagens preferidos de histórias em quadrinhos e, em seguida, apaixonou-se pela gravura.

O quadro que está exposto na CAP faz parte de uma série sobre as etapas da vida das crianças. Pode nos contar um pouco mais sobre esta série?

O desenho “Superação”, exposto na mostra Próximo Olhar da CAP, é parte de uma série de 10 desenhos chamada “Amigos Imaginários”. Nos desenhos dessa série, crianças são representadas interagindo com seus amigos imaginários em forma de animais.

Através dessa relação com os “animais” a criança aprende conceitos abstratos, projeta medos e até mesmo encontra companhia para sua solidão. Esses diferentes tipos de relações são exploradas em cada desenho da série.

No caso do desenho “Superação”, a criança aponta em uma direção e o macaco olha para outra. Como se um uma encruzilhada cada um escolhesse um caminho diferente. Nesse desenho eu queria explorar o momento em que a criança vence a necessidade de um amigo imaginário, um momento de despedida e superação.

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E porque você resolveu explorar este tema?

Foi quase um acaso. Eu fiz um sketch de uma criança com um cachorrinho e ele ficou meses afixado na mesa. Eu olhava todos os dias para ele sem saber o que fazer.

Numa manhã eu acordei e meio sonolenta imaginei a criança chamando o cachorro de muito longe, e todo mundo sabe que os cachorros escutam a voz de seu dono a distâncias que ninguém mais poderia, era como se só ele pudesse vir ao seu encontro. Assim surgiu o primeiro desenho da série, chamado “Amplificação”.

Quais foram suas maiores referências para elaborar esta série?

Minhas memórias de infância, textos de psicologia infantil, livros sobre a fauna e, principalmente, os relatos da minha mãe.

Nas suas obras você sempre explora as relações humanas. O tema é realmente alvo da curiosidade de vários artistas, mas porque você resolveu seguir esta linha? O que mais te atrai neste tema? Você já realizou trabalhos sobre outros temas? Tem vontade?

O que é ser humano? Essa pergunta simples é fonte de muita inquietação. É também uma pergunta inesgotável da qual derivam infinitas possibilidades temáticas. É ela que me incita a olhar para as relações humanas, ou seja, para nós mesmos.

Mas em uma pintura existe algo além desse tema, no caso, o tema das relações humanas. A pintura também fala sobre si mesma, sobre a história da pintura, da cor e das formas. Toda pintura também é autoreferencial, sendo tema de si mesma.

Em uma entrevista, você diz que comprou um caderno chinês, onde se escreve da direita para a esquerda, o que te impede de ler enquanto escreve e permite que você libere mais seus pensamentos. A experiência deu certo? Como essa técnica se refletiu nos seus novos trabalhos?

Deu muito certo! Pela primeira vez eu consegui escrever sem medo e sem autocrítica.

Isso refletiu de duas formas no meu trabalho: por ser um exercício de espontaneidade me ajudou a ter mais naturalidade nos processos de criação; e por exercitar a orientação de leitura da direita para esquerda (contrária a nossa orientação ocidental) me ajudou a criar composições com o mesmo padrão formal.

Qual é o papel da música quando você está trabalhando? Quais artistas você mais gosta de ouvir nestas horas?

Pintar, desenhar e pesquisar são atividades muito solitárias, a música traz um conforto e dá ritmo para o trabalho. Muitas vezes a música também é referência, fonte de informação e nesses casos influência para o trabalho.

O que eu escuto varia de tempos em tempos, atualmente estou ouvindo Florence and The Machine, Alva Noto & Blixa Bargeld e Daft Punk (Tron Legacy).

Recentemente você saiu dos desenhos para a pintura. Na obra exposta na galeria, podemos notar uma mistura de estilos. Você pretende continuar nesta linha?

A série “Amigos Imaginários” foi uma série de transição, nela as composições misturam pintura e desenho. Aos poucos os elementos do desenho foram diminuindo até que no último trabalho da série, Superação, os elementos da pintura são predominantes.

Depois dessa série eu mergulhei de vez na pintura, meio que estou explorando atualmente.

Quais são seus materiais preferidos para trabalhar?

Gouache e nanquim sobre papel ou acrílica e vinílica sobre tela.

Quais são seus artistas preferidos? E suas maiores influencias?

Eu não saberia pontuar meus artistas preferidos mas algumas referências importantes para o meu trabalho são: os textos de Kandinsky, a pesquisa de Arnhein e Mandelbrot, a simbologia dos padrões islâmicos, as teorias da Bauhause e Josef Albers, os naturalistas do séc. XIX.

O seu trabalho influencia seu modo de se vestir?

Muito e de várias formas. Eu tenho a tendência de olhar para a roupa como eu olho para a pintura: uma composição de cores e formas.

Mas o contrário também é verdadeiro, muitas vezes são as roupas que influenciam o meu trabalho. Um vestido europeu do século XV, por exemplo, é repleto de padões, estruturas e sobreposições que podem ser uma ótima fonte de inspiração.

Eu também sou fascinada por padronagens e sempre estou pesquisando e fotografando tecidos e pretendo criar em breve minha própria estampa.

Acesse o site da artista

Exposição Próximo Olhar

Cap – Cavalera Art Projects
10 de fevereiro a 31 de março de 2011
Alameda Lorena, 1922 (São Paulo)
Informações: (11) 3061-2356

21/02/2011

Anderson Resende é um dos treze artistas que fazem parte da exposição Próximo Olhar, na CAP – Cavalera Art Projects.

O desenhista trabalha com diversas técnicas, como pintura, escultura e animação 2D, muitas vezes utilizando materiais inusitados durante o processo.

O artista trabalhou, no começo dos anos 1990, como assistente de animação nos estúdios Daniel Messias, onde conheceu técnicas experimentais de todo o mundo. Com o aprendizado, desenvolveu técnicas e estilo próprios.

Nós aproveitamos a exposição na CAP para entrevistá-lo para o blog. Confira:

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Dá pra ver que você trabalha com um monte de materiais e técnicas diferentes. Porque você optou por variar tanto, ao invés de seguir uma única linha neste sentido? Você se sente mais confortável trabalhando com algum tipo de material específico?

Particularmente, acho fantástico desenvolver as coisas de várias maneiras. Eu não suportaria trabalhar com a mesma técnica a vida toda, se eu posso manifestar-me de diversos modos. Sempre fui instigado a desenvolver autenticidade e a ter um estilo próprio. Tem muita gente que confunde técnica com estilo, ainda mais nos dias de hoje onde quase tudo é uniformizado. Se vc tem um estilo, desenvolve o trabalho da maneira que quiser, não importa o suporte ou a técnica; o que importa é a originalidade, e é isso que busco em meu trabalho.

Em relação ao material, se eu tiver papel e muito lápis 9B, já estou à vontade o bastante.

Qual foi o material mais inusitado que você já utilizou num trabalho?

Provavelmente limão e fogo.

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Você tem alguma preocupação na hora de se vestir?

Não gosto de ser um outdoor ambulante, usando logomarcas gigantes.

Você costuma ouvir música quando está trabalhando? Quais são seus CDs preferidos?

Sim! Quanto a CDS, não tenho mais meus preferidos, cada vez estou mais eclético em relação à música. Existe muita coisa boa na musica que não tem como resumir o meu gosto a alguns CDS.

Quais são seus próximos projetos?

Tenho uma exposição na CAP, provavelmente ainda este ano. O curta “Frenesi”, um trabalho animado inteiro a mão e desenhado, animado e dirigido por mim, usando as mais insanas técnicas da animação experimental. A Cavalera e a 3 em 1 trabalham juntas neste projeto. Por enquanto é isso!

Sempre terei grande prazer de falar do meu trabalho, por mim falaria muito mais! Agradeço a paciência de todos vocês, muito obrigado!

Veja mais do trabalho deste artista em seu Flickr

Exposição Próximo Olhar
Cap – Cavalera Art Projects
10 de fevereiro a 31 de março de 2011
Alameda Lorena, 1922 (São Paulo)
Informações: (11) 3061-2356